sábado, 6 de outubro de 2007

Coisas de sábado

As últimas da coluna "Coisas da Política", edição de hoje do Opinião:


"Fidelidade
Não foi o que muitos esperavam, mas a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre fidelidade partidária, na última quinta-feira (4), acabou, na opinião de vários especialistas, iniciando a tão esperada reforma política no país. Apesar de não tirar o mandato dos chamados parlamentares 'infiéis', a decisão do Supremo dificulta a mudança de partido, a partir de agora.

Mandato
O STF decidiu aplicar a fidelidade partidária a partir de 27 de março de 2007, data em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou que o mandato pertence aos partidos, e não aos parlamentares. Assim, 30 deputados que trocaram de partido antes de 27 de março foram 'anistiados' pelos ministros do STF.

Processo
Outros 16 deputados federais que mudaram de legenda após 27 de março de 2007 enfrentarão processo no TSE com risco de perder o mandato. Nessa sexta-feira (5), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Aurélio Mello indicou o ministro Cezar Peluso para relatar o projeto de resolução que irá disciplinar o processo para parlamentares que trocarem de partido.

Mensagem
Os líderes aliados e da oposição no Congresso Nacional acreditam que o troca-troca de partidos será imediatamente estancado. Alguns entenderam a decisão do Supremo como uma mensagem ao Congresso para que faça a reforma política. O maior beneficiado com o troca-troca partidário foi o governo, que viu inchar sua base no Parlamento.

Repercussão
A decisão do Supremo já repercutiu nas bases dos partidos nos municípios. Em Marabá, a anunciada filiação da vereadora Vanda Américo no DEM (Democratas) não se concretizou. Ela permanecerá no PV (Partido Verde) para não ser enquadrada na infidelidade partidária que passou a valer a partir de 27 de março.

Densidade
Encerrado o prazo para filiações e troca de partidos dos pré-candidatos às eleições do próximo ano, o prefeito Tião Miranda (PTB) fechou com a maior quantidade de possíveis candidatos a vereador com expressiva densidade eleitoral. Na base do prefeito, seis partidos: PTB, PP, PDT, DEM, PV e PPS.

Grupos
Os demais grupos que se apresentam, neste momento, com candidatos próprios à prefeitura também organizaram suas chapas de pré-candidatos à Câmara. Todos procurando garantir os votos suficientes para alcançar o coeficiente eleitoral para ocupar as cadeiras no Legislativo e cabos eleitorais fortes para a disputa do Executivo.

Candidatos
Maurino Magalhães (PR), vereador e pretenso candidato a prefeito, conseguiu organizar quatro partidos para sustentar o seu projeto político. Além do PR, estão sob sua liderança o PSL, o PRTB e o PRB. O deputado federal Asdrúbal Bentes organizou o PMDB, partido ao qual é filiado, e o PHS. Com o PT ficaram o PMN e o PSB dos vereadores Sebastião Ferreirinha e Élton Mamoré.

Mistério
Na corrida das filiações, alguns lances curiosos que só o tempo poderá decifrar. Muita gente quer saber, por exemplo, qual a estratégia do Grupo Zucatelli. Enquanto o líder da organização, Romildo Zucatelli, se filiou no PMDB, o empresário João Galvão, do mesmo grupo, assinou ficha no PSB. Os dois, até onde se sabe, com a intenção de disputar vaga de vereador.

Domicílio
O empresário rural Luciano Guedes, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa), transferiu seu domicílio eleitoral de Redenção para Pau D'Arco, onde deverá ser candidato a prefeito pelo PDT. Guedes, que obteve 17.296 votos para deputado estadual em 2006, terá que enfrentar o ex-prefeito João Monteiro (PSDB) na tentativa de chegar à prefeitura.

Prefeitura
Em Cumaru do Norte o PDT do deputado Giovanni Queiroz recuperou a prefeitura, que havia perdido com a morte do titular João Dentista, eleito em 2004 pela legenda. O atual prefeito Vilmar Farias Valim [vice de João Dentista, que assumiu na vacância do cargo] se filiou ao partido, tendo sua ficha abonada pelo próprio Giovanni Queiroz.

Encolhendo
O PSDB e os partidos aliados dos ex-governos tucanos estão cada vez menores nas regiões sul e sudeste do Pará. Já são sete prefeitos a deixar o ninho da antiga coligação para se abrigarem em partidos mais próximos ao atual governo. Além de ex-prefeitos, vereadores e outras lideranças expressivas que decidiram abandonar as asas do tucanato.

Candidato
Em Redenção, o médico Éderson da Silva, antigo afilhado do deputado Jader Barbalho, saiu do PMDB e foi se abrigar no Partido dos Trabalhadores. Éderson foi várias vezes candidato a prefeito do município, sem sucesso. Muito provavelmente, será o candidato do PT à prefeitura no ano que vem.

Asfalto
O prefeito de Xinguara, José Davi Passos, decidiu realizar um antigo sonho dos moradores da vila São José, localizada na margem do Rio Araguaia. A prefeitura vai pavimentar a avenida principal da localidade, numa extensão de 1.300 metros. A obra deve começar ainda este mês.

Contato
No calor do último dia das filiações e transferências de partidos daqueles que pretendem ser candidatos nas eleições de 2008, o chefe da Casa Civil do governo do Estado, Charles Alcântara, ligou três vezes para o deputado João Salame. O objetivo era tratar de filiações de última hora de interesse do PT e do PPS. Filiações como a de Bertoldo Couto, que deverá sair candidato a prefeito de Marituba pelo PPS.

Supremo
Infidelidade perdoada."

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