sábado, 24 de novembro de 2007

E amanhã, o que será?

Justiça seja feita, a esmagadora maioria das delegacias existentes no interior do Pará foi construída há mais de 20 anos. Algumas ainda no primeiro governo de Jader Barbalho ou antes. As condições a que são submetidos os detentos nesses lugares não propicia a recuperação dos mesmos e sua esperada reintegração ao meio social. Ao contrário, as prisões acabam funcionando como verdadeiras escolas do crime.

Também por questão de justiça é preciso dizer que esse quadro é muito parecido na maioria dos Estados brasileiros, mesmo em regiões economicamente mais desenvolvidas como o Sul e o Sudeste. Portanto, não é exclusividade do Pará e nem do governo de Ana Júlia (PT) as mazelas do sistema prisional que há muito não atende as necessidades da sociedade e complica ainda mais o trabalho da Polícia, do Judiciário, do Ministério Público e de todos os envolvidos na hercúlea tarefa de combater a criminalidade neste país.

Todavia, não dá para ficar olhando para o passado e nos escorando sempre nos erros dos governos anteriores como desculpa para a absoluta inércia de quem hoje está no poder. É fato que se os governos tucanos no Pará tivessem levado a sério a questão da segurança hoje poderíamos estar vivendo momentos muito melhores no setor, mas também é fato que o povo, cansado dos erros de Simão e Gabriel nos 12 anos que governaram este Estado, optou pelo "governo da mudança" prometido pela então candidata Ana Júlia Carepa.

Já se passaram quase 11 meses desde a posse da governadora. Tempo suficiente para pelo menos deixar claro o planejamento do governo para combater a criminalidade. Infelizmente, não é o que se vê. O que aí está é um governo lento, se mostrando perdido, com sérias intrigas internas e uma enorme dificuldade de enfrentamento dos problemas que batem à porta dos cidadãos. E estes já mostram sinais claros de impaciência com a falta de atitude [e até de autoridade] para o cumprimento das promessas feitas em palanque.

A falta de confiança não vem apenas da população. Ao decidir transferir a menor abusada na delegacia de Abaetetuba e seu pai para outro Estado, para poder lher dar a devida proteção contra seus ameaçadores, o governo federal dá uma demonstração clara de que também já não confia no governo do Estado do Pará, que é aliado político do Planalto.

Tais sinais deixam o horizonte sombrio quanto ao futuro deste governo e o que acontecerá à população do Estado nos próximos anos. Mudar esse cenário só compete à governadora Ana Júlia, que precisa urgentemente mostrar que seus adversários, quando a acusavam de não ter preparo para governar os paraenses, estavam errados.

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