quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Enquanto isso, no Planalto...

Ainda ontem, informa a imprensa, o presidente Lula esteve no encontro de Dilma Rousseff com "líderes evangélicos". E, segundo o que foi noticiado, o presidente apoiou a divulgação de uma carta "ao povo de Deus" (como pediram os pastores e, dizem, teve resposta positiva da candidata do PT).

Ainda não se sabe ao certo o conteúdo da tal carta (se esta realmente se materializar), mas sabe-se exatamente o teor que os "pastores" querem que ela tenha, e isso fomos informados pelas bocas dos próprios. Vejamos:
1 - A carta deve trazer, com clareza, a declaração de que dona Dilma é contra a legalização do aborto;
2 - Deve dizer ainda que d. Dilma não apóia casamento gay e adoção de crianças por parceiros homossexuais;
3 - Tem que haver o compromisso de que d. Dilma não mandará nenhum projeto com esses temas ao Congresso e, se mesmo assim, por iniciativa do Parlamento esses temas forem aprovados, d. Dilma vetará tudinho.

Bem, e Lula, de acordo com a imprensa, concordou com a carta. Então, a se confirmar a aprovação do presidente, é mais um que não assume o que pensa e diz uma coisa para cada público, conforme o calor da hora e das necessidades eleitorais suas e do PT.

Senão, como explicar as declarações de Lula no vídeo abaixo, quando, em entrevista à TV estatal, o presidente diz que sempre foi e continua sendo fervoroso defensor do casamento gay, chamando de hipócritas aqueles que são contrários?

Como explicar que o mesmo Lula que assinou o PNDH3, que contém propostas claras de defesa da legalização do aborto e de tudo aquilo que os "pastores" querem agora que Dilma se declare contrária, pode concordar com a tal "Carta ao Povo de Deus", sem dar um pio.

Se alguém tiver outra expressão que defina tal comportamento de vai-e-vém de Lula, Dilma e da maioria (?) do PT, que me diga.Eu só encontro uma: falta de princípios.

ASSISTA AO VÍDEO:



EM TEMPO: O presidente, como qualquer pessoa, tem todo o direito de ser a favor do aborto, do casamento gay ou de qualquer outra coisa. Mas não tem o direito de, a exemplo da Dilma, pensar uma coisa e dizer outra para as pessoas, apenas para ganhar a eleição.

Nenhum comentário: