sexta-feira, 3 de agosto de 2007

E o piloto é o culpado...


Observe a foto acima. É do aeroporto de Congonhas, onde aconteceu o acidente com o avião da TAM no mês passado. A aeronave saiu da pista maior na cabeceira localizada à esquerda, no alto da foto, se espatifando contra o prédio da TAM Express, que fica do outro lado da Av. Washington Luiz, que passa ao lado do aeroporto, e pode ser vista na imagem rente à mesma cabeceira da pista principal de Congonhas.

Agora, olhe em volta do aeroporto. Tanto na pista principal quanto na auxiliar não existe a mínima área de escape para parar uma aeronave sem freios, além das pistas serem muito curtas para operar grandes aviões como o Airbus da TAM [a maior tem 1.900 metros]. Cercado de construções por todos os lados, o aeródromo não permite a menor falha, seja dos pilotos, da torre ou dos aviões, ou seja, não há margem de segurança para as operações feitas ali. E, em dias de chuva, se transforma num potencial matadouro de gente.

É nesse cenário que aconteceu a maior tragédia da aviação brasileira, da qual o governo, que autoriza as operações, quer se eximir de responsabilidade. É aí que as companhias insistem em centralizar os pousos de tantos aviões que chegam por dia em São Paulo, visando apenas à questão econômica sem dar a mínima para a segurança dos passageiros e tripulações e, agora, a TAM também quer tirar o corpo fora, mesmo com tantos indícios de que a manutenção do Airbus A320 envolvido na tragédia apresentava inúmeros problemas. É nesse aeroporto da foto que as autoridades liberaram os pousos de grandes aeronaves numa pista sem grooving [ranhuras que ajudam na aderência dos pneus ao asfalto].

E querem nos convencer que a culpa pelo acidente é somente dos pilotos.

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