quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O governo é para todos?

Já passou de todos os limites aceitáveis a inércia do governo do Estado quanto aos abusos cometidos por movimentos sociais em nome da reforma agrária. Hoje pela manhã, apesar da liminar da Justiça Federal ainda em vigor, o MST voltou a invadir a Estrada de Ferro Carajás (EFC), no município de Parauapebas.´

A volta dos sem-terra (?) aos trilhos da ferrovia, impedindo o tráfego dos trens de carga e de passageiros, é um acinte à Justiça, que determinou a reintegração de posse da área para a Companhia Vale do Rio Doce, requisitando à governadora Ana Júlia Carepa (PT) tropas militares para garantir a decisão.

Apesar da grande repercussão do caso, o governo continua a fazer ouvidos de mercador quanto à decisão da Justiça, passando a ser co-participante do escárnio ao Estado de Direito perpretado pelo MST.

Sem desrespeito à pauta de reivindicações do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra - e sabendo que muito do que o movimento reivindica é de justiça e precisa receber a atenção dos governos estadual e federal -, não é possível aceitar que o movimento se ache dono da verdade e continue a desrespeitar a Justiça e os governos constituídos democraticamente.

Ao mesmo tempo, que alguém tenha algo contra a privatização da CVRD é possível se entender e também precisa ser respeitado, mas os caminhos para contestar a venda da companhia para a iniciativa privada devem permanecer, obrigatoriamente, dentro dos limites da legislação pátria. Legislação que regulamenta, inclusive, as decisões judiciais, como a que determinou a reintegração da EFC à Companhia Vale do Rio Doce.

Qualquer coisa além disso é baderna, contra a qual o governo do Estado precisa se posicionar, sob pena de ser acusado de governar mais para uns do que para outros. O governo, até onde se sabe, é de todos. E, assim sendo, precisa fazer justiça, doa a quem doer. O que passar disso é desgoverno e falta de autoridade.

Nenhum comentário: