quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Vale divulga nova nota

Em nova nota à imprensa, no início da noite, a Vale afirma que os sem-terra que invadiram novamente a Estrada de Ferro Carajás (EFC), hoje pela manhã, ameaçam incendiar as locomotivas que estão no local. No momento da invasão, segundo a Vale, os funcionários da Companhia foram feitos reféns por aproximadamente 30 minutos, com ameaças contra sua integridade física. Abaixo, a íntegra da nova nota da CVRD:

"Invasores do MST ameaçam atear fogo em locomotivas da Vale

1) A Estrada de Ferro Carajás (EFC) continua com os serviços de transporte de minério e de passageiros interrompidos por conta da invasão de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocorrida na manhã de hoje (7/11);

2) A CVRD registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil do Pará narrando o acontecido, segundo relato dos empregados feitos reféns: “…um grupo de aproximadamente 300 pessoas ocupou a linha 1 para impedir que as locomotivas, com 156 vagões, continuassem a viagem. Desse grupo, cerca de 15 pessoas… encapuzadas, armadas de foices, picaretas e porretes de madeira…tentaram quebrar os vidros das portas e janelas a golpes de picaretas… um dos invasores deu a ordem para atear fogo nas locomotivas…Os invasores obrigaram o relator a avisar, via rádio, ao controle da Ferrovia, que o grupo iria armazenar embaixo das locomotivas gasolina, óleo diesel e entulho”;

3) A Vale manifesta preocupação diante desses fatos, uma vez que as locomotivas estão abastecidas com cerca de 20 mil litros de combustível e no local da invasão existe a presença de mulheres e crianças;

4) Também hoje, o MST divulgou uma lista de reivindicações que, como as anteriores, não guarda qualquer relação com a Vale. A Companhia reafirma que cabe aos governos estadual e federal a condução do processo de negociação com esses invasores;

5) As negociações da primeira pauta apresentada pelo MST vinham sendo conduzidas pelas autoridades estadual e federal, fórum adequado para este tipo de reivindicações. Mas, surpreendentemente, o MST optou por interromper as conversas e pressionar as autoridades promovendo mais uma paralisação da EFC;

6) A Vale enviou hoje cartas ao Ministro da Justica, Tarso Genro, e à governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, reiterando preocupação com a gravidade da situação e alertando que a determinação da Justiça Federal de reintegração de posse da EFC continua sendo desobedecida. Os documentos solicitam também que os governos estadual e federal tomem todas as medidas necessárias para que haja o cumprimento da decisão judicial de desocupação da área;

7) A Vale alerta que com a invasão 23 municípios dos estados do Pará e do Maranhão ficam sem transporte para suas populações;

8) É importante destacar que está em vigor a liminar concedida pelo juiz federal Francisco de Assis Garcês Castro Júnior no dia 17 de outubro. Essa liminar garante a reintegração de posse da ferrovia à empresa e determina:
- “que requisite-se à sra. Governadora do Estado do Pará, na sua condição de comandante suprema da Polícia Militar, a disponibilização, no prazo máximo de cinco dias, de efetivo condizente com a quantidade aproximada de ocupantes para auxiliar a Polícia Federal na execução da presente medida”;
- “requisite-se ao sr. Ministro da Justiça a imediata disponibilização de efetivo auxiliar da Polícia Federal, sabidamente insuficiente na Delegacia de Marabá, para realização prática da medida”;
- “elevar ao patamar de R$ 10 mil a multa diária pelo descumprimento da desocupação e determinar, com o uso de força policial, a imediata desobstrução da área interditada”;
- “a apreensão de todos os bens móveis encontrados no local da trincheira, tanto para possibilitar eventual identificação dos patrocinadores financeiros da ocupação quanto para a satisfação das penas pecuniárias cominadas ao descumprimento do interdito proibitório e da presente resolução”.

9) A CVRD reafirma seu repúdio a esse tipo de prática criminosa, que vem sendo repetidamente usada pelos integrantes do MST, que novamente põem em risco a segurança de nossos empregados, a livre circulação do trem de passageiros (o que prejudica cerca de 1,3 mil pessoas que diariamente utilizam este serviço prestado pela EFC), bem como o abastecimento de combustível para os municípios do Sudeste do Pará, que têm na EFC sua principal rota de transporte."

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