terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pastor Silas Malafaia retira apoio a Marina

Ambigüidade de Marina sobre aborto faz líder evangélico optar por Serra

Por Bernardo Mellor Franco e Catia Seabra, na Folha:
A seis dias da eleição, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, acusou ontem a presidenciável Marina Silva (PV) de “dissimular” suas ideias sobre a liberação do aborto e da maconha e anunciou apoio a José Serra (PSDB). Ele era o principal líder evangélico a declarar voto na candidata, que é fiel da Assembleia de Deus. A mudança foi comemorada pelos tucanos, que contam com discursos a favor de Serra nos programas de TV do pastor.
Malafaia havia anunciado apoio a Marina na sexta-feira, pelo Twitter. Em carta enviada ontem a fiéis, ele a chamou de “pessoa que se diz cristã” e a condenou por defender um plebiscito sobre os dois temas polêmicos. “O que que esta mulher tem a falar sobre plebiscito? Desce do muro, minha filha! O cristão tem que dizer a que veio, senão boto chumbo na hora”, disse o pastor à Folha. Também afirmou ontem não ter opção senão declarar apoio a Serra, mas que não gravaria nenhuma propaganda em apoio.
Ainda na carta, Malafaia disse que “faltaram convicção e firmeza em suas declarações, uma vez que o cristão tem de mostrar a cara posicionando-se de forma categórica contra o pecado”. A carta foi concluída com um ataque ao PT: “Infelizmente, Marina não nega suas raízes petistas.”
A deserção surpreendeu Marina e sua equipe, que foi informada da carta pelaFolha. Os verdes ainda festejavam a adesão do pastor. Em nota, a campanha se disse surpresa: “Por se tratar de um líder religioso bem informado, causou estanhamento a revisão de seu apoio três dias depois, com objeções a posicionamentos defendidos exaustivamente por Marina desde o lançamento da candidatura.”
A senadora prega a realização dos plebiscitos sobre aborto e maconha desde o início do ano. O pastor Sóstenes Cavalcante, ligado a Malafaia, alegou que ele não sabia e decidiu mudar o voto ao ouvi-la no debate da TV Record, domingo.

Nenhum comentário: