segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Assim já é demais!

Valha-nos, Deus!!! O "corretor do ano" no Pará, Fernando Guimarães Filho, que recebeu o título do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado do Pará no último sábado, é mais um a discursar contra a reestruturação territorial do Estado, porém sem nenhum argumento consistente para combater a divisão do território paraense [leia mais aqui].

Para defender suas brilhantes idéias, Guimarães Filho chegou a afirmar que "não é verdade que o sul e o oeste do Pará estejam abandonados". Segundo ele, há muitos investimentos aqui nas áreas de segurança, educação, saneamento e outras.

Será que esse indivíduo sabe que os alunos das escolas estaduais em Marabá e nos demais municípios da região fazem o ensino médio sem professores de variadas disciplinas, há décadas, e que o problema continua no atual governo?

O "corretor do ano" saberia, por acaso, a quantas anda a violência em Marabá, com dezenas de assaltos à luz do dia e mais de 500 corpos necropsiados no IML local somente este ano, e que a polícia, apesar dos esforços de seus agentes, não consegue combater a criminalidade por falta de dinheiro, ou seja, de investimentos na segurança pública?

Será que o nobre defensor da unidade do Estado sabe que, dos 37 municípios que formam o sul e o sudeste do Pará, somente Marabá, Conceição do Araguaia e São Félix do Xingu têm sistemas de abastecimento de água da Cosanpa, e ainda assim atendendo precariamente a uma pequena parcela dos moradores dessas cidades?

Será que ele sabe que, pela completa ausência do governo paraense nessa região, é que a Saneatins, empresa de saneamento do Tocantins, já estendeu seus tentáculos para o sul do Pará, operando hoje com abastecimento de água e também com rede e estação de tratamento de esgoto domiciliar em São Geraldo do Araguaia, já que o governo paraense não faz o seu dever de casa?

O "corretor" deveria saber pelo menos que, pelo mesmo abandono, a Saneatins se prepara para abocanhar o abastecimento de água de outras três cidades sul-paraenses, porque o governo do Pará [independente de partidos] nos abandonou há muitas décadas e não há sinal de mudanças no horizonte.

Há quanto tempo o sr. Guimarães não trafega pelas estradas da região [se é que já o fez algum dia], especialmente pela famigerada e esburacada PA-150?

Ora, bolas! É mais um a falar besteira em defesa da manutenção das coisas exatamente como estão, sabe-se lá com quais interesses [será que ele pretende vender o sul e o oeste do Pará, já que é corretor?].

Agora já são quatro os porta-vozes da unidade que falam sem saber do que estão falando, discutem o que não sabem e ofendem a inteligência até mesmo dos belenenses, ao tentar argumentar contra a reestruturação do território paraense.

Se os que são contra a divisão do Pará não arranjarem urgentemente porta-vozes mais qualificados, vão acabar acelerando o processo de divisão. Se chegarem ao Congresso Nacional com o tipo de argumento utilizado pelos srs. Altair Vieira, Joaquim Passarinho, Zé Geraldo e Fernando Guimarães Filho vão facilitar o trabalho das lideranças do movimento pró-criação de Carajás e Tapajós.

Com essa conversa mole dos que mostraram a cara até agora para falar contra a divisão, é bem capaz de os congressistas passarem a olhar o processo de divisão do Pará como uma questão de máxima urgência, para libertar o povo do sul e do oeste do Pará de cabeças tão miúdas como as que têm aparecido na imprensa falando contra Carajás e Tapajós.

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