sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Coisas da Política, 20 de novembro de 2009 - Edição Extra


A prisão do vice-prefeito de Marabá, Nagilson Amoury, acusado por um esquema de fraudes na Secretaria Municipal de Saúde, da qual é titular, agitou os meios políticos de Marabá e região. Apresentado durante a campanha como uma espécie de reserva moral e de competência técnica, Nagilson exigiu do prefeito Maurino Magalhães (PR) autonomia para gerir sua pasta.


Desgaste

A imagem de competência vem sendo atingida com o crescente número de problemas em sua secretaria, postos de saúde sem médicos e medicamentos, etc. Agora, a prisão numa cela da Penitenciária Mariano Antunes abalou sua imagem de médico sério. O governo Maurino Magalhães, que vem acumulando sucessivos desgastes, vê um dos seus alicerces, o “médico do povo”, ser duramente abalado.

Grupo

Sabedor disso, um grupo fortemente articulado se reuniu durante todo o dia na secretaria de Obras nesta quinta-feira. Dele faziam parte os secretários Lucídio Colinetti (Obras), Italo Ipojucan (Indústria e Comércio) e Karam El Hajjar (Tributação) e os empresários Albérico Roque (Sinacon) e Mauro Souza (Casas Prata). Logo de somaram a eles o prefeito Maurino Magalhães e o secretário Glênio Benvindo (Planejamento). O Grupo quer que o prefeito transforme Ítalo Ipojucan no homem forte do governo.

Interesses

A preocupação desse grupo é com os sucessivos escândalos e o descontrole administrativo (hoje a prefeitura estaria quase insolvente), que impedem a execução de obras e que esses empresários locais ganhem dinheiro. Na leitura desses fornecedores e secretários, Italo seria a tábua de salvação, se tiver carta branca, para que o governo não naufrague de vez e seus interesses sejam preservados.

Rainha da Inglaterra

Na fórmula apresentada Ítalo estaria à frente de um Comitê, onde todas as decisões seriam tomadas e depois apresentadas ao prefeito. Na prática significaria retirar do prefeito o comando do governo e entregar-lhe um atestado de incompetência. Desconfiado com a idéia, que o transforma numa espécie de Rainha da Inglaterra, Maurino não demonstrou firmeza e não deu resposta. Glênio Benvindo, que hoje controla as ações do governo e com isso perderia força, também não gostou.

Imagem

Ítalo emprestaria sua imagem de empresário competente para reestruturar o governo. Mas a pergunta que não quer calar é: Maurino toparia romper o contrato de terceirização da merenda escolar? Demitir os milhares de amigos e correligionários que contratou? Parar de fazer demagogia com o dinheiro público? Ítalo sabe que Maurino não está convencido a caminhar nessa direção. E o Ministério Público, a Polícia Federal e os Tribunais não vão dar trégua daqui pra frente. Se o acordo vingar, a queda-de-braço entre esses grupos de interesses vai continuar e mais adiante, como as visões de gestão são bastante diferentes, um (Maurino) ou outro (Ítalo) vai se desmoralizar. A conferir.

Auditoria

Uma equipe reforçada do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) está em Marabá vasculhando as contas do prefeito Maurino Magalhães, a pedido do Ministério Público Estadual. Novas emoções podem surgir a qualquer momento.


Perguntinha: como fica a Câmara de Vereadores de Marabá, que diante de tantos indícios, se recusou a instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de falcatruas na Secretaria de Saúde? A realidade e a ação do Ministério Público e da Polícia Federal atropelaram nosso Parlamento Municipal.


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