quinta-feira, 1 de abril de 2010

Alerta aos evangélicos

Relendo meus arquivos, encontrei, agora há pouco, um e-mail que enviei ao falecido blogueiro Juvêncio Arruda, no dia 11 de agosto de 2006, no auge do escândalo chamado pela mídia de "Máfia das sanguessugas". Parlamentares federais de vários Estados brasileiros foram acusados, na época, de participarem de um esquema de desvio de recursos do Ministério da Saúde e, entre os acusados, um grande número era de deputados da bancada evangélica, que acabou encolhendo nas eleições daquele ano justamente por causa desse escândalo.
Publico, abaixo, o teor do e-mail, pelo valor atual que vejo naquilo que escrevi. Com a proximidade das eleições gerais deste ano, precisamos estar alertas para que as 'saúvas' não voltem a exercer cargos públicos.
O voto é a maior arma do cidadão para combater a corrupção que tanto mal tem causado ao Brasil. E os evangélicos precisam deixar de agir como tolos, votando em gente de caráter duvidoso que se esconde atrás dos púlpitos e quer fazer do povo de Deus massa de manobra para seus interesses pessoais. Leia o texto e reflita:

        "Caro Juvêncio,

        Sou evangélico e me confesso profundamente incomodado com o silêncio da Igreja Evangélica Assembléia de Deus e da Igreja do Evangelho Quadrangular, no que se refere ao escabroso episódio do superfaturamento de ambulâncias e direcionamento de emendas parlamentares para o esquema, diante dos fortes indícios do envolvimento dos deputados Raimundo Santos (PL), membro da AD, e Josué Bengtson (PTB), líder máximo da Quadrangular no Estado do Pará, na chamada "máfia das sanguessugas".
        Chego a pensar que as lideranças das duas denominações evangélicas ainda não se deram conta da gravidade do problema, que causa profundos prejuízos à Nação e é extremamente nocivo ao trabalho de evangelização da AD e da Igreja Quadrangular.
        Penso também que os líderes, não apenas das duas igrejas em questão, mas de tantas denominações evangélicas sérias existentes no Pará, precisam se manifestar de forma clara sobre o assunto, para alertar os evangélicos e contribuir com o esclarecimento deste lamentável episódio que mancha, irremediavelmente, a imagem de todo o povo de Deus, e não apenas dos dois parlamentares acusados.
        Me nego a acreditar que a Assembléia de Deus, principalmente, esteja usando no caso a mesma estratégia comumente utilizada pela classe política: de confiar que o tempo apaga tudo e que as pessoas esquecem, ficando o dito pelo não dito.
        Não posso, como cristão, acreditar que essas lideranças ainda não tenham parado para refletir nas vidas que se perderam por falta de recursos nos hospitais, nas almas que se desviaram da Verdade, por causa das mazelas sociais causadas pelo roubo do dinheiro público.
        Não posso e não quero reputar como verdadeiro que os líderes evangélicos tenham se tornado insensíveis diante do sofrimento de crianças, idosos e de quantos dependem mais diretamente do socorro público, enquanto parlamentares, empresários e servidores públicos, de uma forma geral, se locupletam com o dinheiro que poderia servir para diminuir a miséria em que vivem milhões de brasileiros.
        A exemplo da maioria (creio) do povo evangélico e da população paraense, não me é possível aceitar as justificativas ridículas que têm sido plantadas na Imprensa por meio das assessorias dos parlamentares em questão, que dizem que tudo não passa de suposta "perseguição à bancada evangélica no Congresso Nacional".
As provas mostradas pela revista Isto É desta semana, contra o pastor e deputado Josué Bengtson, são claras por demais. E se tornam irrefutáveis, na medida que o acusado, ao invés de se defender com argumentos razoáveis, prefere o silêncio dos que admitem que não podem ou não têm o que dizer. Sem contar que, numa instituição explicitamente corporativista como o Congresso Nacional, dificilmente a CPI iria recomendar a cassação de tantos parlamentares, se as provas não fossem contundentes.
        No caso do deputado Raimundo Santos, o silêncio também só contribui para empurrá-lo cada dia mais ao cadafalso. E, ao se calar ou demorar a se posicionar sobre o assunto, as igrejas, como um todo, tornam-se cúmplices da situação e dos acusados.
        Não se trata aqui de jogar a primeira ou a última pedra. O julgamento, caro Juvêncio, na fé que professamos, cabe a Deus [sem prejuízo das ações cíveis e/ou penais previstas nas leis dos homens]. O erro, que é inerente à natureza humana, pode atingir a qualquer um, evangélico ou não-evangélico. Mas o mínimo que se espera dos representantes da bancada evangélica que estão na relação dos acusados pela CPI [aí incluídos os de outros Estados da Federação] é não fugir à responsabilidade de seus atos, é declarar o erro de forma aberta [já que a mentira não pode persistir perante Deus] e pedir perdão, não somente ao povo cristão, mas à sociedade brasileira como um todo, que é a dona do dinheiro vergonhosamente desviado pela "máfia das sanguessugas". Ou que mostrem as contraprovas que possam inocentá-los das acusações. Esconder-se atrás do púlpito ou das instituições religiosas onde congregam é um ato covarde. É mais um erro, que poderá custar caro àqueles que assim se comportam.
        Não posso crer que o povo de Deus ainda votará em cidadãos que se deixam levar pela ganância das riquezas, brincando com a fé de todos os que confessam Jesus Cristo como seu Senhor e enlameando o nome da Igreja de Deus em episódios como este.
        O povo de Deus precisa reagir, assim como Jesus reagiu contra os mercadores e vendilhões do Templo. A Igreja precisa se posicionar de forma firme nessa situação terrível que vivemos agora.
        A sociedade, independentemente da fé que professa, tem que demonstrar indignação contra todos os envolvidos nas quadrilhas de sanguessugas, mensaleiros e qualquer outro tipo de crime contra o erário.
        Não votar de novo nessas pessoas já é um bom começo para as mudanças que precisam ser feitas no serviço público deste país.Votar novamente nos envolvidos nos escândalos que assobraram o Brasil nos últimos anos, é alta traição à Nação. E, no caso do povo evangélico, é trair ao próprio Deus, em quem dizemos confiar e seguir. É trair ao Evangelho pregado por Cristo e a tudo o que Deus espera de nós."

Um comentário:

pr daniel disse...

asim como aqui em porto alegre mataram eliseu santos sera que ele nao tinha nada a ver com os escandalos como pode um dito homem de deus ir armado para um culto e mais atirar contra alguem para tirar a vida do proximo sera que deus nao iria defendelo como ele diz caim mil ao teu lado e tu nao seras atingido.ou sera mais daqueles que se escondem atras de uma biblia